segunda-feira, 28 de maio de 2012

O tratamento com CPAP para a Apnéia do Sono tem proporcionado resultados eficientes e benéficos para pessoas com esse problem


Durante o sono, os músculos do corpo relaxam, assim também ocorre com os músculos da garganta. Nesta situação eles tendem a tocar uns nos outros bloqueando a passagem de ar. Usando equipamentos como o CPAP que envia ar pressurizado para dentro das vias respiratórias o processo de respiração é mantido normalmente.

Adquirir um CPAP e começar a usá-lo sem orientação especializada pode fazer com que o tratamento não seja eficaz.

Existem restrições e diretrizes que devem ser seguidas, uma delas é a escolha da máscara ideal. Existem diversos tipos de máscaras especialmente criadas para ajudar os usuários.

Podemos dividir em dois grupos: máscara facial e máscara nasal, e dentro de cada grupo estão as variedade de modelos.

As máscaras faciais encontradas hoje no mercado de fisioterapia respiratória não são desconfortáveis, mesmo cobrindo parte do rosto.
As empresas fabricantes avaliam e analisam diversos pontos para trazer conforto e eficácia em seus produtos.
Até mesmo um travesseiro foi desenvolvido para garantir uma boa noite de sono sem interrupções.

Uma alternativa para quem não se adapta a máscara facial é a máscara nasal.
Com a mesma preocupação de bem estar, foi projetada para garantir a qualidade do tratamento enviando ar apenas através das vias nasais.

O que é o CPAP e como age sobre as vias aéreas?

O aparelho de CPAP foi primariamente concebido para tratamento dos distúrbios respiratórios do sono, pelo pneumologista australiano C. E. Sullivan no início da década de 1980. Atua dentro de uma escala de pressão que vai de 0 a 20 cmH²O. Ao longo dos anos subseqüentes, sua eficácia vem sendo observada no auxílio a resolução de diversos outros problemas respiratórios em adultos e crianças.
 
O CPAP possui um mecanismo intrínseco que lhe permite aspirar ar do meio ambiente, filtrá-lo e enviá-lo ao paciente através de tubo flexível. O ar penetra nas vias aéreas, através de máscara nasal, sob pressão fixa, pré-estabelecida para cada paciente.
 
A pressão eficaz situa-se geralmente na faixa de 5 a 13 cmH²O. O ar sob pressão penetrando nas vias aéreas impede o colapso das paredes musculares faringeanas, evitando a ocorrência das apnéias, hipopnéias e de respiração com esforço aumentado produzindo despertares.

O aparelho impede também a vibração de outras estruturas moles da faringe, evitando o ronco.
Como estabelecer a pressão ideal a ser empregada no cpap?

O paciente com distúrbio respiratório do sono, candidato ao uso de CPAP é submetido a uma segunda polissonografia, acrescentando-se o aparelho ao circuito de registro das mesmas variáveis utilizado para obtenção do diagnóstico.
 
O tempo necessário para o acerto da pressão é variável. Idealmente, a pressão é determinada durante estudo de noite inteira, com o tempo total de sono superior a 180 minutos. Pacientes com quadros graves e sonolência diurna marcante podem ser submetidos ao protocolo chamado “split-night”, no qual a primeira metade da noite é destinada ao diagnóstico, enquanto a titulação da pressão é realizada na segunda metade.

O ajuste da pressão busca abolir todos os eventos respiratórios anormais (apnéias, hipopnéias, despertares por esforço respiratório aumentado, limitações ao fluxo aéreo, roncos e dessaturação da hemoglobina).
 
Durante a titulação deve ocorrer registro de sono REM, pois nessa fase predominam os eventos respiratórios obstrutivos, estando o paciente em decúbito dorsal, posição facilitadora dos distúrbios.
 
Os pacientes que manifestam persistência de sintomas como, sono não restaurador e sonolência diurna excessiva, apesar do uso correto do aparelho, devem ser reavaliados com estudo polissonográfico.

Adaptação ao CPAP


A adaptação do paciente ao aparelho de CPAP constitui, na maioria das vezes, sua única possibilidade de tratamento não-invasivo (não-cirúrgico). O uso de CPAP é considerado o tratamento “padrão-ouro” para apnéia do sono por vários aspectos entre eles, o de ser não-invasivo.
Em média os usuários utilizam o aparelho por 4,5 a 5 horas/noite. Em cada lado da faixa de adesão ao tratamento estão os usuários regulares e os irregulares sendo que, os primeiros constituem 60% do total e consistem de pacientes que usam o aparelho quase todas as noites por 6 horas ou mais; os demais são usuários irregulares com todo tipo de variação no tempo de uso por semana. Adesão ao CPAP significa usá-lo por 6 horas/noite, 6-7 dias/semana.
 
Os pacientes com distúrbios graves são os que melhor aderem ao tratamento. Neles, o tratamento com CPAP produz verdadeira e benéfica mudança de vida, graças à considerável melhora dos sintomas relacionados a hipersonolência diurna. Isso favorece uma motivação para o uso regular do aparelho, durante todo o período de sono de todos os dias da semana. Infelizmente, essa ótima adesão não ocorre em todos os pacientes graves.
 
A disposição do paciente, para aceitar o aparelho, reduz muito os casos de falha do tratamento e nesse sentido a correta orientação ao paciente quanto às dificuldades e benefícios inerentes ao tratamento é fundamental.

 
Grande parte dos pacientes com apnéias do sono de grau moderado, e pequena parte daqueles com distúrbio leve, desde que sintomáticos, também apresentam boa adesão. Os sintomas mais capazes de promover disposição para aderir ao tratamento são: hipersonolência diurna, ou a presença de doença cardiovascular conscientizando o paciente da necessidade do tratamento.

Atitudes recomendadas para facilitar a adesão

É possível promover ou melhorar a aceitação do CPAP por meio das seguintes providências:
1) identificando e corrigindo fatores mecânicos removíveis, localizados no nariz ou na faringe;

2) evitando o ressecamento das vias aéreas por meio de umidificação do ar inspirado e garantido o fechamento da boca durante o sono;

3) promovendo o tratamento de infecções dos seios da face;

4) corrigindo falhas de ajuste da máscara ao rosto, de modo a evitar vazamentos de ar nos olhos, reação cutânea traumática, deslocamento da máscara com os movimentos corporais no sono;

5) reavaliando a pressão nos casos de dificuldade de expiração;

6) disponibilizando acesso a consultas especializadas durante as primeiras semanas de tratamento para identificar e corrigir dificuldades de adesão.
Quais os resultados esperados do tratamento com CPAP?
Fonte: Physical Care Saúde

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