quinta-feira, 2 de agosto de 2012

FISIOTERAPIA E GERIATRIA

A Fisioterapia no século XXI e a Geriatria

Os avanços médicos das últimas décadas promoveram a queda da mortalidade entre as doenças infecciosas, beneficiando os grupos mais jovens da população. Estes “sobreviventes” passam a viver mais e expostos a fatores de risco para doenças crônico-degenerativas.


O segmento que cresce mais rápido é o de pessoas acima de 75 anos. Estes 12% idosos ocupam 33% do tempo do medico e a usam 25% das medicações prescritas. Além disso, são responsáveis por 40% das admissões hospitalares. A previsão para os próximos 20 anos é um aumento de idosos atingindo 18% do total da população, com grande impacto econômico social.

No período de 1950 a 2025, o número de idosos no país deverá aumentar em 15 vezes, enquanto o restante da população em 5 vezes (Projeções da Organização Mundial de Saúde, OMS). O país ocupará o 6.° lugar no mundo quanto ao contingente de idosos, alcançando 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, em 2025.

Como decorrência do crescimento da população idosa e do aumento da longevidade, as doenças do aparelho cardiocirculatório continuarão a liderar as estatísticas de letalidade, seguidas pelos cânceres e por outras doenças crônicas, como as do aparelho respiratório, e osteoarticular.

Alia-se a estas mudanças o aumento do tabagismo, apesar das campanhas anti-tabágico, diminuição das atividades físicas diárias, mudança do perfil de dieta (rica em calorias e gorduras) e aumento do estresse. Estes fatos fazem surgir cada vez mais casos de obesidade, dislipidemia (alterações do colesterol e triglicérides), hipertensão arterial sistêmica e aumento de resistência insulina (componentes da síndrome metabólica). Todos estes fatos juntos predispõe as doenças cardiovasculares.
Este tipo de transição epidemiológica obrigará a readequar os programas de saúde pública, com prioridade para as medidas assistenciais e preventivas para as doenças não transmissíveis, e programas sociais com forte ação na socialização do idoso e seu retorno a vida ativa no mercado de trabalho.

Para cuidarmos dos idosos que as atuais conjunturas populacionais estão criando, necessitamos de profissionalizar os jovens prevendo para as próximas décadas o seu ingresso no futuro contingente de idosos. Pois, como sabemos, o emprego, é um fator determinante por toda a vida adulta, tendo grande impacto sobre a preparação, sob o aspecto financeiro, da pessoa para a velhice.

Papel da fisioterapia

O fisioterapêuta deste século deverá estar preparado para atuar na equipe multi e interdisciplinar, conhecendo os múltiplos aspectos das doenças crônicas e principalmente, das condições bio-psico-sociais dos idosos. O papel preventivo deverá sobrepujar o caráter reabilitatório das fisioterapias atuais. A atuação integrada do fisioterapêuta deverá ser sentida de forma consistente em todos os níveis de atendimento ao idoso. Procurando agir nos ambulatórios e consultórios médicos, evitando-se a hospitalização, que é considerada fator de risco de óbitos por provocar condições que agravam a saúde, como infecções, isolamento social, iatrogenia, entre outras que podem proporcionar perda de independência e autonomia.

Como sabemos os idosos hospitalizados apresentam um declínio físico progressivo e após a alta hospitalar, nem sempre conseguem recuperar o seu desempenho funcional anterior. Cabe ao fisioterapêuta, atuar neste segmento, de forma a minimizar estas “seqüelas” reabilitando o idoso de forma plena no mais breve período de tempo possível.

O fisioterapêuta do século XXI, necessita de conhecimentos a respeito não só da patologia que está sendo tratada, mas também de noções de nutrição, farmacologia, psicologia, filosofia e sociologia. Pois, não raramente será solicitado, pelo paciente, de informações a este respeito. Estas informações, certamente, não virão apenas das cadeiras do curso de fisioterapia, mas do convívio com as equipes que atendem os idosos.



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