terça-feira, 14 de agosto de 2012

Paralisia Cerebral: Aspectos Familiares E Sociais – Fisiovital


A paralisia cerebral, também conhecida como PC, trata-se de uma lesão ocorrida nas áreas motoras do sistema nervoso e, portanto, afeta o comando do cérebro. A PC pode ocorrer tanto no cerebelo quanto no sistema piramidal. No primeiro caso, o equilíbrio é prejudicado; já no segundo, a mobilidade voluntária é afetada. Ambos os casos trazem consequências físicas para o paciente, que ocasionam dificuldades sociais e psicológicas.
Além das áreas do cérebro, a PC também pode ser causada por asfixia, hemorragia intra-craniana, má formação fetal e infecções. É o que diz a neurologista infantil do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Clarissa Bueno.
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A paralisia cerebral, entretanto, vai além das questões físicas e cognitivas. Ao crescer, a criança portadora doença enfrenta dificuldades diárias para interagir com os colegas e frequentar escolas de educação regular. Isso acontece porque, muitas vezes, a própria escola (alunos, professores e diretores) não está preparada para receber o paciente, de modo a inclui-lo no meio de convívio.
Pesquisas desenvolvidas pela USP apontam alguns possíveis caminhos para que familiares e pacientes saibam lidar com a situação de uma forma mais amena. A terapeuta ocupacional e especialista em desenvolvimento infantil Ticiana Melo de Sá Roriz apontou em seu mestrado da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP que as dificuldades são verificadas em dois aspectos: ambientais/arquitetônicos e atitudinais.
Segundo Ticiana, “a inclusão não pode ser assegurada apenas pela vontade de um ou outro professor. A escola tem que ser inclusiva”.  Portanto, toda a sociedade precisa estar disposta a mudar seus conceitos e visões sobre o tratamento que deve ser dado ao portador de necessidades especiais.
Uma criança com PC impacta na rotina de toda a família, que fica sobrecarregada com os cuidados necessários ao paciente. A pesquisadora e fisioterapeuta Manuela Oliveira Santos Rosset, também da USP, afirma que as principais dificuldades enfrentadas pelas famílias são a possível demora na aceitação do diagnóstico, a falta de comunicação entre si e os profissionais de saúde, além da falta de acesso aos serviços destinados ao atendimento.
Manuela conclui dizendo que as famílias devem ser orientadas por profissionais de saúde, a fim de diminuir essa sobrecarga. Ela ressalta, ainda, a importância de alguém que possa aliar o conhecimento do especialista com a prática do dia-a-dia. “Quando a criança faz parte de uma unidade familiar, o profissional deve programar o tratamento, visando a beneficiar tanto a criança como sua família”, completa.

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